[Maputo, 14 de Maio de 2018]- A Acção Académica para o Desenvolvimento das Comunidades Rurais-ADECRU e o Fórum Mulher realizam nesta quinta-feira, 17 de Maio do ano em curso, uma conferência nacional das mulheres rurais na cidade de Quelimane, província da Zambézia.
Espera-se que neste evento, participem cerca de 100 pessoas provenientes das províncias de Manica, Sofala, Nampula, Zambézia, província e Cidade de Maputo.
A conferência realiza-se no âmbito da implementação do projecto “Fortalecimento dos Direitos da Mulher à Terra no Corredor da Beira e Nacala” financiado pela LANDac, Universidade de Utrech de Holanda, cujo objectivo é assegurar os direitos da mulher à terra.
O projecto enquadra-se numa inicitiava sobre direitos da mulher à terra em África, lançada pelo Ministério de Relações Exteriores do Reino dos Países Baixos em 2017 e, para além de Moçambique está ser implementada no Quénia, Malawi e Senegal.
No País a ADECRU e Fórum Mulher são as organizações que estão a materializar este projecto, sendo que, as respectivas actividades decorrem desde ano passado nas províncias de Manica, Sofala e Nampula.
Até o momento as duas orgnizações conseguiram realizar 16 oficinas comunitárias em matérias de igualdade de direito no acesso e controlo à terra, tendo atingido directamente 473 pessoas das quais 317 mulheres.
Nesta conferência a ser realizada na cidade de Quelimane espera-se analisar os impactos das políticas e programas de desenvolvimento sobre o acesso e controlo da mulher à terra para além de reflectir nas demandas e prioridades das mulheres nas comunidades rurais. Igualmente pretende-se, neste evento, identificar alternativas para fazer face os problemas que afectam as mulheres rurais e de forma colectiva fazer-se uma reflexão dos meios e métodos com vista à promoção da igualdade de género nas comunidades rurais onde se assiste maior corrida pela ocupação de terras pelos investimentos.
Para ADECRU a terra é um bem comum do povo moçambicano, no entanto, as mulheres que trabalham e produzem para o povo tem acesso limitado a este bem. Em causa estão as dinâmicas sociais associadas às práticas patriarcais e a massiva corrida imperialista e empresarial pelas terras férteis no País ancorada na agenda internacional de promover investimento directo estrangeiro para a suposta erradicação da pobreza e promoção do crescimento e desenvolvimento económico, porém na prática verifica-se mais usurpação de terra e, injustiças sociais e ambientais.
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